segunda-feira, 3 de abril de 2023

O Equilíbrio da Vida

Certa vez, um velho camponês, inconformado com as incertezas do seu ofício, decidiu visitar Deus e fazer-lhe uma proposta.

Encontrando-o, disse:

"Muito bem, você criou o mundo e todas as coisas que existem. Porém, é evidente que você nunca foi camponês. Portanto, não faz a menor ideia de como é a nossa vida e como temos de lutar com a agricultura. Creio que você precisa aprender comigo. Dê-me alguns poderes e você vai ver o que farei."

Deus, placidamente, apenas indagou:

"De quanto tempo você precisa?"

O agricultor afirmou que precisava de 1 ano somente. Iria transformar tudo e erradicar a pobreza da face da Terra.

Deus concordou e entregou o poder ao agricultor.

Muito feliz, o  camponês imediatamente passou a controlar a natureza, erradicando ventos, tempestades e tudo aquilo que poderia colocar em perigo a plantação.

Assim, com o tempo completamente estável, sem as surpresas dos desastres naturais, o trigo cresceu muito mais e o agricultor mal podia esperar a primeira colheita. Foi aí que ele percebeu um grande problema... e correu de novo para Deus:

"Não consigo entender! As plantas cresceram como nunca antes, nenhuma morreu e, no entanto, os grãos estavam vazios! Qual foi o meu erro?"

Com a mesma placidez, Deus respondeu:

"Sim, você cuidou  para que tudo saísse perfeito, erradicando quaisquer desafios e quaisquer conflitos... sem isso, o trigo tornou-se vazio, impotente. Porque os desafios são absolutamente necessários em todas as áreas da vida. Agora você sabe que a alma do trigo, para florescer, precisa de tempestades, ventanias, trovões e relâmpagos... A noite é tão necessária quanto o dia... os dias de tristeza são tão essenciais quanto os dias de alegria..."

Naquele momento, o agricultor viu-se cara a cara com a própria ignorância e assimilou uma das maiores lições do universo: finalmente entendeu a função do equilíbrio...  compreendeu como as inconstâncias fazem parte da vida, do crescimento, de tudo!

(Desconheço o autor)

domingo, 10 de outubro de 2021

À Procura de Deus


Uma vez um jovem passou por Mim em uma estrada, com muita bagagem nas costas.

“O que você procura?”, perguntei.

“Procuro por Deus”, ele disse.

“Venha comigo, eu lhe mostro o caminho”, convidei.

Ele riu, pensando que eu era louco.

Dez anos mais tarde, eu o vi mais velho, passando pela mesma estrada. Ele tinha mais bagagem nas costas. Parecia mais velho e mais cansado do que antes.

“O que você procura?”, indaguei.

“Procuro por Deus”, ele respondeu.

“Venha comigo, Eu lhe mostro o caminho”, convidei de novo.

Ele riu ainda mais e me empurrou para o lado.

Quarenta anos mais tarde, eu o vi novamente, velho e muito grisalho. Sua vista estava embaçada e mal podia caminhar, com mais bagagem ainda.

Ele veio a Mim e perguntou: “Você sabe onde está Deus?”

Olhou dentro dos Meus olhos, e disse: “Agora eu sei quem você é, mas é muito tarde. Como posso fazer a jornada, quando meu corpo precisa de força?”

Eu sorri e lembrei a ele que eu sempre dou outra oportunidade.

“Há sempre um outro nascimento”, eu disse, “para você recomeçar a sua jornada”.

Por isso, não desperdice tempo com diversos nascimentos.

Em cada nascimento, em cada palco, você vai me encontrar esperando. Porque eu sempre escolhi um caminho para você muito antes.

Assim, deposite em mim a sua fé, segure na minha mão e caminhe comigo de volta ao lar.

Sathya Sai Baba - Sai Darshan

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A Mentira e a Verdade

Certa vez, a Mentira e a Verdade se encontraram. A Mentira, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe: “Bom dia, dona Verdade”!

Zelosa de seu caráter, a Verdade, ouvindo tal saudação, foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, sem nuvens de chuva. Os pássaros cantavam. Não havia cheiro de fumaça na mata. Tudo parecia perfeito. Tendo se assegurado de que realmente era um bom dia, respondeu:

“Bom dia, dona Mentira”!

“Está muito calor hoje não é mesmo”? - perguntou a dona Mentira.

Realmente estava quente demais. Desse modo, vendo que a Mentira estava sendo sincera, a Verdade começou a relaxar, a baixar a guarda. Por qual razão haveria de desconfiar, se a dona Mentira parecia tão cordial e “verdadeira”?

Diante do calor insuportável, a Mentira, em um gesto de amizade, convidou a Verdade para juntas banharem-se no rio. Como não havia mais ninguém por perto, despiu-se de suas vestes, pulou na água e insistiu: “Vem, dona Verdade, a água está uma delícia, simplesmente maravilhosa”!

O convite parecia irrecusável. Assim sendo, dona Verdade, sem duvidar da Mentira, despiu-se de suas vestes, pulou na água e deu um bom mergulho.

Ao ver que a Verdade havia saltado na água, rapidamente a Mentira saltou para fora, vestiu-se depressa com as vestes da Verdade – que estavam à margem – e foi embora, sorrateira.

Tendo suas roupas furtadas, a Verdade sai da água e, ciosa de sua reputação, recusou-se a vestir as roupas da Mentira, deixadas para trás.

Certa de sua pureza e inocência, nada tendo do que se envergonhar, não tendo opção, saiu nua pelo mundo.

É por isso que ainda hoje as pessoas preferem aceitar a mentira disfarçada de verdade, e não a verdade nua e crua.

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Os Sons do Silêncio

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um sábio mestre com o objetivo de prepará-lo para ser um grande líder. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, e descrever todos os sons da floresta.

Quando o príncipe retornou ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir. Então disse o príncipe: "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..." E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível.

 Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando: "Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..."

Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguia distinguir nada além daquilo que já havia relatado ao mestre. Porém, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. E, quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou: - "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..." E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir. Paciente e respeitosamente, o príncipe falou: "Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e o da grama bebendo o orvalho da noite...

Sorrindo, o mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse: 

"Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma pessoa importante. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender às reais necessidades de cada um”. E acrescentou: 

"A morte de uma relação começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai no interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado mais importante do ser humano..."

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Quarto Rei Mago

Há uma lenda de que nos ensina o que Deus espera de nós.

Dizem que houve um quarto Rei dos Magos, que também viu a estrela brilhar em Belém e decidiu segui-la. Como presente, pensou em oferecer ao Menino um baú cheio de pérolas preciosas. No entanto, em seu caminho, ele encontrou várias pessoas que estavam pedindo sua ajuda.

Este Rei Mago os assistiu com alegria e diligência, e ele deixou a cada um deles uma pérola.

Mas isso estava atrasando sua chegada e esvaziando seu baú. Ele encontrou muitos pobres, doentes, aprisionados e miseráveis, e não podia deixá-los sem supervisão. Ele ficou com eles pelo tempo necessário para aliviar a dor e depois partiu, sendo foi novamente interrompido por outro desamparado.

Aconteceu que quando finalmente chegou a Belém, os outros magos não estavam mais lá e o Menino fugira com seus pais para o Egito, porque o rei Herodes queria matá-lo. O Rei Mago continuou procurando-o sem a estrela que o guiara antes.

Ele procurou e procurou e procurou ... e dizem que ele passou mais de trinta anos viajando pela terra, procurando a Criança e ajudando os necessitados. Até que um dia chegou a Jerusalém justamente no momento em que a multidão enfurecida exigia a morte de um homem pobre.

Olhando-o, ele reconheceu algo familiar em seus olhos. Entre dor, sangue e sofrimento, pode ver em seus olhos o brilho daquela estrela. Aquele que estava sendo executado era a criança que ele havia procurado por tanto tempo.

A tristeza encheu seu coração, já velho e cansado pelo tempo. Embora ainda guardasse uma pérola na bolsa, era tarde demais para oferecê-la à criança que agora, transformada em homem, pendia de uma cruz. Ele havia falhado em sua missão. E sem mais para onde ir, ficou em Jerusalém para esperar a morte chegar.

Apenas três dias se passaram quando uma luz ainda mais brilhante do que mil estrelas encheu seu quarto. Foi o Ressuscitado que veio ao seu encontro! O Rei Mago, caindo de joelhos diante dEle, pegou a pérola que ficou e estendeu-a a Jesus, que a segurou e carinhosamente e disse:

"Você não falhou. Pelo contrário, você me encontrou por toda a sua vida. Eu estava nu e você me vestiu. Eu estava com fome e você me deu comida. Eu estava com sede e você me deu uma bebida. Eu fui preso e você me visitou. Bem, eu estava em todas as pessoas pobres que você assistiu no seu caminho. Muito obrigado por tantos presentes de amor! Agora você estará comigo para sempre, porque o Céu é a sua recompensa."

A história não requer explicação ... somos o quarto Mago e damos continuidade ao seu trabalho todas as vezes que ajudamos alguém ao longo dessa caminhada chamada Vida. Hoje termina o tempo litúrgico do Natal e desejo que as bênçãos do Mestre acompanhem a todos nós todos os dias deste ano.

Muita Paz e amor na sua vida!

Desconheço o autor

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Origem do Pinheiro de Natal

Há muito, muito tempo, na noite de Natal, existiam três árvores junto do presépio: uma tamareira, uma oliveira e um pinheiro.

Ao verem o Menino Jesus nascer, as três árvores quiseram oferecer-lhe um presente. A oliveira foi a primeira a oferecer, dando ao Menino Jesus as suas azeitonas. A tamareira, logo a seguir, ofereceu-lhe as suas doces tâmaras. 

Mas o pinheiro, como não tinha nada para oferecer, ficou muito infeliz. 

As estrelas do céu, vendo a tristeza do pinheiro, que nada tinha para dar ao Menino Jesus, decidiram descer e pousar sobre os seus galhos, iluminando e enfeitando o pinheiro. 

Quando isto aconteceu, o Menino Jesus olhou para o pinheiro, levantou os braços e sorriu!

Reza a lenda que foi assim que o pinheiro – sempre enfeitado com luzes – foi eleito a árvore típica de Natal.


Fonte: https://mundocultura.com.br/cronicas-e-lendas-de-natal-7-historias-emocionantes/

terça-feira, 4 de agosto de 2020

O Isolamento


- Mestre, como posso enfrentar o isolamento?

- Limpe sua casa. Muito bem. Em todos os cantos. Mesmo aqueles que você nunca teve vontade, coragem e paciência de tocar. Torne sua casa brilhante e cuidada. Remova a poeira, as teias, as impurezas. Até as mais escondidas. Sua casa representa você mesmo: se você cuida dela, você também cuida de si.

- Mestre, mas o tempo está longo. Depois de cuidar de mim através da minha casa, como posso viver o isolamento?

- Conserte o que você pode consertar e elimine o que você não precisa mais.
Dedique-se ao remendo, borda os arranques das suas calças, costura bem as bordas desfiadas dos seus vestidos, restaura um móvel, conserte tudo o que vale a pena reparar.
O restante joga fora, com gratidão e com consciência de que seu ciclo terminou.
Arrumar e eliminar fora de você, permite consertar ou eliminar o que está dentro de você.

- Mestre e depois fazer o quê? O que posso fazer o tempo todo sozinho?

- Semeia. Uma semente em um vaso. Cuide de uma planta, regue-a todos os dias, fale com ela, dê um nome, tire as folhas secas e as ervas daninhas que podem sufocá-la e roubar energia vital preciosa. É uma maneira de cuidar das suas sementes interiores, dos seus desejos, das suas intenções, dos seus ideais.

- Mestre e se o vazio vier me visitar?... Se o medo da doença e da morte chegar?

- Fale com ele. Prepare a mesa para ele também; reserve um lugar para cada um dos seus medos. Convide-os para jantar com você. E pergunte-lhes por que eles chegaram de tão longe até sua casa. Que mensagem querem trazer. O que eles querem te comunicar?

- Mestre, acho que não consigo fazer isso...

- Não é o isolamento o seu problema, mas sim o medo de enfrentar seus dragões interiores. Aqueles que você sempre quis afastar de você. Agora você não pode fugir. Olhe nos olhos deles, ouça-os e descobrirá que foi colocado contra a parede. Você foi isolado para poder falar com você. Como as sementes, que só podem brotar se estiverem sozinhas.

(Autor desconhecido)