quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Falcão e a Águia

Bela sabedoria dos índios Sioux! 


Segundo uma velha lenda dos Sioux, Touro Bravo, um valente e honrado guerreiro, e Nuvem Azul, a filha do cacique, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho xamã da tribo.
Nós nos amamos e vamos nos casar – disse o jovem. – E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã - alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos; que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer ?
O xamã, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
-Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia e apenas com uma rede em tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte… e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva !
Os jovens abraçaram-se e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
O velho pediu que com cuidado as tirassem dos sacos… e viu que eram, verdadeiramente, belos animais.
- E agora o que faremos ? – perguntaram os jovens.
– Agora – disse o xamã – vocês devem amarrar as aves entre si pelas patas com essas fitas de couro. Depois de bem atadas, soltem-nas para que voem livres.
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno até um tronco. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, voltaram-se contra si mesmas, bicando-se mutuamente até se machucarem.
O xamã disse:
– Soltem as aves e jamais esqueçam o que estão vendo, este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão … se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a provocar danos um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas nunca amarrados.

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