sábado, 28 de julho de 2012

O Rei e as Muletas

“Seja obediente. Estude, trabalhe, case, tenha filhos, peça empréstimos, assista TV, compre muitas coisas. E, o mais importante, não questione jamais aquilo que lhe disseram que você tem que fazer” (Peter Joseph)

Este conto, de autoria desconhecida, ensina muito sobre nossos condicionamentos. Até que ponto somos realmente livres? Já parou para pensar no quanto somos condicionados por ensinamentos que muitas vezes não questionamos?

Era uma vez um jovem rei de um império longínquo que caiu um dia do seu cavalo e quebrou as duas pernas. Apesar de contar com os melhores médicos, nenhum conseguiu que ele voltasse a caminhar. Teve que usar muletas. Devido à sua personalidade orgulhosa, mandou publicar um decreto através do qual obrigava todos os habitantes a usar muletas. As poucas pessoas que se rebelaram foram presas e condenadas à morte. Desde então, as mães ensinavam seus filhos a andar com muletas quando começavam a dar os primeiros passos. Como o monarca teve uma vida muito longa, muitos habitantes desapareceram levando com eles a lembrança dos tempos em que andavam sobre as duas pernas.

Anos mais tarde, quando o rei finalmente faleceu, os velhos que ainda estavam vivos tentaram abandonar as muletas, mas seus ossos, frágeis e fatigados, impediram. Às vezes contavam aos mais jovens que anos atrás as pessoas caminhavam sem usar nenhum suporte. Mas os garotos riam deles.

Um dia, um jovem tentou caminhar com seus próprios pés, como os mais velhos lhe haviam contado. Como caía no chão constantemente, logo se transformou no palhaço de todo o reino. Mas foi fortalecendo suas pernas devagar, ganhando agilidade e solidez, o que lhe permitiu dar vários passos seguidos. Sua conduta começou a desagradar as outras pessoas. Ninguém queria mais falar com ele. E no dia em que o jovem começou a correr e saltar, ninguém duvidou: ele estava completamente louco. Naquele reino, onde todo mundo continua levando uma vida limitada com muletas, lembram dele como “o louco que caminhava com suas duas pernas”.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Fábula do Porco-Espinho



Conta a fábula que durante a era glacial, quando parte do globo terrestre estava coberto por densas camadas de gelo, milhares de animais não resistiram ao frio intenso e morreram congelados.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, tentando sobreviver  desesperadamente, começou a se juntar mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro, aquecendo-se mutuamente. Porém, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais os espinhos dos seus semelhantes. Afinal, doíam muito.
Essa, no entanto, não foi a melhor solução, pois quando se distanciaram uns dos outros, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com precaução, de tal forma que, unidos, cada qual conservava certa distância mínima do outro, suficiente para conviver sem ferir nem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-se e sobreviveram à longa era glacial.

Moral da História
Embora os relacionamentos possam provocar feridas, causadas pelo choque das nossas diferenças, aprender a conviver com os defeitos do outro é a única maneira de nos salvarmos da prisão dos nossos egos.
Conviver é uma arte. Estar próximo do outro, mas sempre guardar uma distância ideal para que cada um tenha seu próprio espaço é a grande saída.